Um novo normal?

Uma das frases que mais ouvimos neste período de pandemia é que o mundo irá mudar e que a forma como entendemos os negócios passará por drásticas adaptações. Muitos dizem que sairemos do período de quarentena consumindo cada vez mais produtos online e deixando de lado formatos tradicionais de consumo. É o que todos afirmam ser o “novo normal”. Porém, quero apontar um acontecimento que pode te fazer questionar algumas coisas.

Há cerca de uma semana, foi notícia no mundo a retomada parcial do comércio na França. Você pode estar se perguntando se esses são negócios que vendem apenas fisicamente. Aí vem a surpresa, a fila representada no vídeo é em frente à loja de varejo Zara, que também tem uma presença gigante no online muitos antes da pandemia.

O que isso significa? O novo normal que muitos defendem pode não ser exatamente o que estamos esperando. Talvez, a retomada do convívio social não implique necessariamente em mudança mirabolantes. Acredito que sairemos da pandemia valorizando o fator humano mais do que nunca.

O que quero dizer com tudo isso é que o meio digital é sim de extrema importância para os negócios, gerando conforto e possibilidade de venda em escala. No entanto, o crescimento do digital não implica no apagamento das outras formas de consumo. Afinal, se o varejo físico tivesse perdido a importância com a pandemia, não veríamos tantas pessoas fazendo questão de frequentarem as lojas Zara, principalmente sabendo que a marca opera também no meio virtual.

A consolidação das empresas passa pelo bom atendimento e pela experiência dos clientes. São os consumidores que ditam as regras do jogo. Enquanto as pessoas ainda sentirem necessidade de estarem perto uma das outras, não teremos um novo normal tão diferente do que estávamos acostumados antes.

Uma coisa é certa, a pandemia diminuiu a curva de aprendizado de novas plataformas tecnológicas, possibilitando que negócios pudessem seguir operando, mesmo em um momento de quarentena. Evoluímos cinco anos em poucos meses. Mas isso não quer dizer que as antigas formas de consumo se tornarão obsoletas.